"Não Sei Nada sobre o Amor" de Júlia Pinheiro

Sinopse:
Quando desceu ao riacho, mantilha na cabeça e coração aos pulos, Maria da Glória não sonhava que aquele encontro fortuito com o macho da aldeia iria marcar para sempre a sua vida. Esperava sair dali com namoro anunciado e quem sabe até com casamento marcado. Saiu à pressa, com a roupa ensanguentada, as tripas viradas e a semente de Maria da Purificação na barriga. Estava lançado o destino das mulheres desta família na qual as palavras prazer, carinho, paixão e amor permanecerão para sempre um mistério. A apresentadora de televisão Júlia Pinheiro estreia-se na escrita com uma história surpreendente e apaixonante sobre quatro mulheres que nada sabem sobre o amor. Ao longo destas páginas não suspiramos de amor, não nos empolgamos com casos de paixão arrebatadora, nem choramos com casamentos felizes. Somos levados numa saga familiar que se inicia nos anos 30 onde os sentimentos eram um infortúnio e o prazer uma pouca-vergonha. Não Sei Nada sobre o Amor traça o retrato de uma sociedade e de um país ao longo de quase 70 anos de história, através do olhar de Maria Glória, a avó, Maria da Purificação, a filha divorciada, Ana Clara, a neta mãe solteira, e Benedita, a bisneta, que, apesar de todas as expectativas, não se casa com nenhum príncipe encantado.

A minha opinião:
Admito que não teria pegado neste livro se não fosse uma querida amiga insistir que era uma excelente obra. Não pela autora em si, que neste momento não me diz grande coisa (apenas recordo com saudade a outra Júlia Pinheiro dos velhos tempos das Noites da Má Língua), mas pelo facto da moda que anda agora pelo nosso país de que tudo o que é celebridade ou vedeta da TV publicar livros a torto e a direito, sendo que a qualidade da grande maioria deixa muito a desejar. Mas fugiu à regra a Luísa Castel-Branco e fugiu também à regra este livro da Júlia Pinheiro.
O livro conta-nos a história de 4 mulheres, iniciando-se nos anos 30 com Maria da Glória. Mais tarde, a sua filha Maria da Purificação sobrevive ao Estado Novo, e a sua neta Maria da Glória, que assiste às alterações sociais e políticas do 25 de Abril. No final surge Benedita, filha de Maria Clara, que bem podia ter sido uma colega minha de escola.
Gostei imenso e confesso que aprendi bastante. Gostei muito de ver a evolução do nosso país reflectida na vida destas 4 mulheres, que afinal de contas, pelos revezes da vida em si, que ao que parece não sabiam nada sobre o amor.

Estou feliz por ter lido este livro e confesso que espero com alguma curiosidade uma próxima publicação.

(Obrigada querida Bé, não só por me teres facultado este livro, mas pela tua insistência para que o lesse.)
Em www.bertrand.pt

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