Opinião: "A Padeira de Aljubarrota" de Maria João Lopo de Carvalho

No passado fim de semana tive o prazer de estar presente na apresentação do novo livro de Maria João Lopo de Carvalho, "A Padeira de Aljubarrota", na FNAC de Cascais. E devo dizer-vos que esta senhora é um verdadeiro espetáculo! Apareceu sózinha, ligeiramente atrasada como é da praxe, e em 2 minutos, talvez nem tanto, conquistou a plateia que ali se encontrava deixando-nos suspensos nas suas palavras.
O seu entusiasmo e amor por Portugal, que é também notório na sua escrita, transparecia, e saímos dali a transbordar de orgulho deste nosso pequeno e belo jardim à beira mar, e com um coração cheio de esperança, que o mesmo povo que em 1385 lutou e venceu, volte a lutar e a ultrapassar a atual crise.

Sobre "A Padeira de Aljubarrota" que me acompanhou durante a última semana, tenho a dizer que é um livro maravilhoso. Escrito de forma soberba, leva-nos a conhecer Portugal na Idade Média, e a acompanhar de perto os eventos que tiveram lugar durante o reinado de D. Fernando I, o Formoso, e a crise política que se lhe seguiu, culminando com a ascenção ao trono de D. João I, o Mestre de Avis.

O livro está por assim dizer dividido em duas partes, capítulo sim, capítulo não, é-nos apresentada a história de uma Beatriz - Brites de Almeida (Brites era a forma arcaica de Beatriz), a mulher que se julga ter transformado em lenda com o nome de Padeira de Aljubarrota. Nos capítulos intercalares, outra Beatriz nos surge - a jovem Beatriz de Portugal, filha de D. Fernando e D. Leonor Teles, casada com o Rei de Castela após uns quantos noivados, e que do alto dos seus 11 anos nos conquista o coração, com as suas tiradas infantis e tão inocentes.

Adorei esta leitura, não só, porque aprendi imenso mas também porque a forma como a Maria João escreve é extremamente envolvente, levando-nos a ler quase de uma só assentada as 584 páginas do livro. Isto é uma grande valia para quem escreve romances históricos. Poucos autores têm esta habilidade! Está visto que vou ter de ler o "Marquesa de Alorna"...

Bem haja, Maria João, por partilhar connosco o seu amor por Portugal, inspirando-nos com o nosso próprio passado! E obrigada também por esta tão simpática dedicatória. ;) Adorei conhecê-la!


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