"A Minha Prima Rachel" de Daphne Du Maurier (Opinião)

Quem não leu esta autora não sabe o que está a perder. Daphne Du Maurier foi uma escritora do século XX, nascida em 1907 e falecida em 1989. Na sua bibliografia encontramos livros que muitos conhecem, principalmente por terem sido adaptados ao cinema pelo fabuloso Sr. Hitchcock. Daphne era a sua autora de eleição. Falo-vos de títulos como Os Pássaros, A Pousada da Jamaica ou Rebecca. Na verdade, e até à data, julgo que pelo menos treza das suas obras foram adaptadas ao grande écran, e mais de quarente foram transformadas em séries ou filmes televisivos.

É exatamente o caso deste livro. A Minha Prima Rachel já havia sido adaptado ao cinema em 1952 com o realizador Henry Koster, e Olivia de Havilland e Richard Burton nos papéis principais. Foi por sinal o primeiro filme americano deste grande ator!
Agora, ao final de 65 anos, A Minha Prima Rachel volta ao grande 
écran numa adaptação de Roger Michell (o realizador de Notting Hill) e com um fabuloso elenco onde constam nomes como Rachel Weisz e Sam Claflin (sigh*).

Mas falemos do livro em si. A Minha Prima Rachel é uma história marcada pela constante inquietação, característica comum aos livros que já li desta autora, e que para mim a torna tão excecional. Estamos com esta constante sensação de inquietude. De dúvida. Não vos sei explicar melhor do que isto. Daphne Du Maurier é uma maestrina na arte de deixar o seu leitor suspenso na incerteza. Será que sim? Será que não? Será que Philip tem razão sobre Rachel ou a sua intuição inicial estava certa e foi corrompida pela impressionante personagem que é a prima Rachel? Ou será que Philip é que é impressionável? E afinal, qual deles é a vítima e o vilão? A verdade é que não sabemos exatamente quem é Rachel. E não há forma de o descobrir a não ser por alguns testemunhos escritos deixados por Ambrose, tutor de Philip, que foi brevemente casado com Rachel e acabou por morrer em sua casa na longínqua Itália. (Podem ler a sinopse na página do livro no site da Editorial Presença.)



Como vêem, uma história aparentemente simples, torna-se num verdadeiro intenso e dramático mistério...

A ação tem lugar em Inglaterra, mais especificamente na Cornualha, algures na primeira metade do século XVIII, pelo que o próprio envolvimento é por si só um pouco negro, quase gótico. Perfeito para a história que Daphne nos conta.

Como já devem ter percebido, adorei o livro. Só me apetece escrever e falar sobre ele. E claro, estou mortinha por ver o filme, que aposto, me vai desiludir um pouco. É sempre assim quando gosto muito de um livro. Daphne Du Maurier é uma autora que não podem deixar de ler. E "A Minha Prima Rachel" é um bom livro para se iniciarem. Não percam a oportunidade!

«Eles costumavam enforcar homens em Four Turnings.
Agora já não.»
Em www.bertrand.pt

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